Nelson Mandela: Terrorista ou cristão?

Com a morte de Nelson Mandela esta semana, muito se escreveu sobre este homem que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Enquanto a maioria da mídia celebrava sua vida como exemplo, algumas poucas manchetes lembravam que ele já fora considerado terrorista.
Entre os muitos obituários na mídia, alguns faziam menção da fé evangélica metodista da família Mandela. Para muitos o que vale é o relato de sua autobiografia, Long Walk to Freedom [Um Longo Caminho para a Liberdade], onde Mandela fala de sua opção pelo cristianismo: “A Igreja estava tão preocupada com este mundo quanto com o céu. Eu vi que praticamente todas as realizações dos africanos pareciam ter surgido através do trabalho missionário da Igreja”.
O livro também narra quando Mandela se tornou membro da Associação de Estudantes Cristãos e dava aulas aos domingos em escolas bíblicas nas aldeias vizinhas. Tendo estudado em escolas evangélicas até o ensino médio, sempre defendeu o poder transformador da educação.
Além disso, o arcebispo episcopal sul-africano Desmond Tutu, que também ganhou um Prêmio Nobel da Paz, falou sobre a postura cristã de Mandela, que após ficar 27 anos preso pregou o perdão e defendeu a reconciliação entre os bancos e os negros do país.
A Aliança Evangélica Mundial, que representa milhões de evangélicos do mundo, prestou uma homenagem ao ex-presidente. O pastor Mosgo Ntlha, secretário-geral da Aliança Evangélica da África do Sul afirmou: “Sua morte trás a memória a profecia de Miquéias que diz. ‘Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus? Miquéias 6:8-9.’ ”
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Se Mandela era cristão, por que ele é chamado de terrorista? Como as duas coisas podem andar junto?
Em um de seus discursos, Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou sua origem ou religião. As pessoas devem aprender a odiar, e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que seu oponente.”
Seu discurso conciliador é mais conhecido no período após 1962, quando começou a cumprir uma sentença que totalizou 27 anos de prisão.  Porém, antes disso, no início dos anos 1960 ele foi um dos principais líderes do Lança de uma Nação, braço armado do partido Congresso Nacional Africano (ANC) e, posteriormente, membro do Comitê Central do Partido Comunista da África do Sul.
O fato é que seu nome esteve envolvido em uma série de ações que visavam através da luta armada acabar com o regime de segregação e conduzir seu país ao marxismo.
“Nós adotamos a atitude de não violência só até o ponto em que as condições o permitiram. Quando as condições foram contrárias, abandonamos imediatamente a não violência e usamos os métodos ditados pelas condições”, declararia ele anos mais tarde.
Oficialmente, foi por causa do perigo que seu partido passou a representar que ele foi preso e condenado. Para muitos países ele continuou sendo visto como terrorista mesmo depois de sair da prisão. Os EUA, por exemplo, mantiveram-no na lista de terroristas impedidos de entrar no país até 2008. Seu nome só foi retirado depois que Obama assumiu a presidência.
Sendo assim, é muito difícil acusá-lo de ter esquecido o que aprendeu na infância e na juventude sobre o amor cristão. É igualmente complicado achar que um homem não tem direito de errar, reconsiderar e mudar seus caminhos. Não é impossível pensar que qualquer pessoa refletirá e mudará após um quarto de século aprisionado.
O fato inegável é que após sair da cadeia e tornar-se presidente, entre 1994 e 1999, sua postura de vida havia mudado. Em Long Walk, há o registro dele, algumas semanas antes de ser eleito presidente, pregando num culto de Páscoa de uma igreja cristã. Após ler as bem-aventuranças, começou a louvar a Deus e afirmava “por que nosso Messias ressuscitado não escolheu uma raça, não escolheu um país, não escolheu uma língua, não escolheu uma tribo, mas escolheu salvar toda a humanidade!”. De fato, Jesus salva até os terroristas. Com informações Independent, Christianity Today e CBN.
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